Apresentação da Semana

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Fluxos Migratórios Na Atualidade

Uma visão sobre os principais fluxos migratórios em nossos dias. Suas principais causas e consequências.

A Copa Do Mundo É Nossa!

Pois é, pela segunda vez na história nosso país irá sediar uma Copa do Mundo de futebol. É desnecessário ressaltar o abismo de diferenças óbvias que separa o Brasil de 1950 e o que provavelmente será em 2014. Mas é de extrema importância se debruçar sobre o que acontecerá de hoje até lá.
Depois de toda euforia que está acompanhando o anúncio da escolha da FIFA (com direito a pronunciamentos de Romário, Dunga, Lula, até Paulo Coelho...) vem toda a ressaca provocada pela situação social e econômica que nosso país vive.
Eu até achei positivo o fato do Brasil ter sido escolhido, pois com isso um dos setores que acho que mais atravanca e atrapalha nosso desenvolvimento como um todo será escancarado: a lamentável situação de nossa infra-estrutura. Desde transportes até produção/distribuição de energia.
Um evento como a Copa exige ao máximo da eficiência da infra-estrutura de um país. Diferente das Olimpíadas que concentra seus esforços e atenções à uma cidade, a Copa acontece no país inteiro, com várias cidades-sedes espalhadas, que em nosso caso, terão dimensões quase continentais.
Nesse caso, toda a competência sobre os fluxos materiais(pessoas e cargas) e imateriais(informações, energia, movimentações financeiras) é colocada à prova. E é nesse contexto que nosso país tem muito a percorrer.
Não tenho dúvidas que temos condições plenas de sediar um evento desse porte, mas tenho grandes dúvidas se as estratégias adotadas à partir de agora até 2014, serão suficientes para recuperar tudo que foi neglegenciado até hoje.
As contradições sociais que nos são inerentes, também estarão presentes independente do que se faça nessa área, que aliás, duvido que se torne prioridade do Comitê Organizador da Copa.
Enfim, ganhamos a Copa, mas o que realmente ganhamos com isso? Só o tempo irá nos dizer, se é que ele o irá fazer...

Prévia da palestra "Geografia dos Conflitos".

domingo, 28 de outubro de 2007

Para aqueles que participaram da oficina "Geografia dos Conflitos" na Semana da Geografia na USP, deixo aqui uma prévia da apresentação utilizada. Peço a gentileza daqueles que se interessarem em tê-la, por favor envie-me um email (rogeriosil@gmail.com) para que eu possa fornecer um código e instruções para download da mesma, ok?
Para os que não participaram da referida oficina, deixo uma breve descrição da apresentação:

"A apresentação procura demonstrar como a geografia e a geopolítica continuam vivas nas (re)definições de novos "espaços vitais" e pela dinâmica político-militar dos Territórios (territorializações, desterritorializações e reterritorializações) e por um fato essencialmente humano, a produção do espaço geográfico."

segunda-feira, 22 de outubro de 2007


Começa na terça-feira dia 23 de Outubro a IV Semana de Geografia da USP. A idéia do projeto é propiciar o encontro entre os professores da rede pública de ensino, professores acadêmicos e graduandos, a fim de abrir uma fresta para diálogos, reflexões e experiências frente às necessidades do ensino de geografia, hoje.
Com muito orgulho, estarei ministrando pela segunda vez, uma oficina dentro do prgrama da Seamana. Com o tema "Geografia dos Conflitos", a oficina tem como objetivo inicial demonstrar como a geografia e a geopolítica continuam vivas nas (re)definições de novos "espaços vitais" e pela dinâmica político-militar dos Territórios (territorializações, desterritorializações e reterritorializações) e por um fato essencialmente humano, a produção do espaço geográfico. Além do objetivo acima citado, a oficina também pretende oferecer contribuições e ferramentas de como o tema pode ser abordado em salas de aula dos ensinos fundamental e médio.
Fica meu convite à todos que gostam ou se interessam por temas ligados à geografia.
A programação completa das atividades pode ser consultada no site: http://www.geografia.fflch.usp.br/semangeo

Etanol: vilão ou herói?

domingo, 21 de outubro de 2007


Uma ácida polêmica cerca, há meses, o debate sobre os combustíveis biológicos (ou, para alguns, agrícolas). A produção de etanol seria, como sustentam seus defensores, uma alternativa contra o aquecimento global e uma janela de oportunidade para o Brasil e outros países da América Latina? Ou estaria roubando terra de outros cultivos, inflacionando os preços dos alimentos e pressionando ecossistemas como a Amazônia, apenas para engordar os lucros das transnacionais do agronegócio?

A vantagem ambiental da biomassa em relação ao petróleo é conhecida. Tanto álcool quanto gasolina geram gás carbônico em sua queima. Mas as plantas das quais se extrai o combustível vegetal compensam tal efeito (com folgas, no caso da cana), porque respiram (”seqüestram”) CO2 durante toda sua vida, no processo de fotossíntese.

O foco alternativo é intervir no debate sobre as condições em que se a biomassa será produzida. As nações produtoras de álcool podem se articular, tanto para defender preços dignos (como já faz a OPEP, no caso do petróleo), quanto para colaborar entre si. A diplomacia brasileira teria um papel relevante neste esforço. No interior de cada país, é perfeitamente possível medidas para distribuir a riqueza gerada pelos novos combustíveis (por exemplo, assegurando condições dignas de trabalho na lavoura de cana; estimulando a produção de álcool a partir de outras plantas, em cooperativas e pequenas unidades; tributando a exportação das grandes usinas e utilizando a receita para incentivo à agricultura familiar). O movimento ambientalista pode agir, nos planos nacionais e mundial, para exigir que os novos cultivos de biomassa se dêem em áreas agrícolas hoje desaproveitadas, e não ameace os ecossistemas naturais.
A produção mundial de combustíveis vegetais dobrou entre 2000 e 2005. Tudo indica que haverá uma explosão, nos próximos anos e décadas. É mobilizador imaginar que não se trata nem da “salvação da lavoura”, nem de mais uma conspiração do capital — mas de um processo cujo sentido depende de consciência e mobilização social.

A Ciência Manca(da)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Na semana passada, uma notícia (que não causou muita surpresa, pelo menos em mim...) acabou por corroborar com idéia de que a questão ambiental está mais em foco do que nunca: dividiram o prêmio Nobel da Paz o ex vice-presidente dos EUA, Al Gore, e o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC.
Mais uma vez é imperativo refletir sobre as causas que levaram à tal fato, no mínimo, grotesco. Tanto Al Gore (que ficou mais famoso e ligado à questão ambiental depois de seu filme "Uma Verdade Incoveniente") quanto o IPCC, são grandes alvos de séria críticas em relação à seriedade e pertinência de seus trabalhos. Este último, inclusive, foi seriamente atacado e criticado por um dos mais respeitados e reconhecidos cientistas brasileiros, o geógrafo Aziz Ab´Saber.
Na verdade o que realmente me incomoda, como geógrafo e professor de geografia, é a banalização de uma questão tão delicada e séria, como é a discussão sobre mudanças climáticas. Este ano, foi impossível de não perceber a verdadeira enxurrada de revistas e livros que foram publicados sobre o tema. Apesar de não ter lidos todos, mas até pela natureza de meu ofício, acabei tomando conhecimento de uma boa parte desse material. Minha constatação irrefutável foi a de que a imensa maioria tratava o tema ou de forma superficial e muitas vezes errôneamente (sem embasamento científico) ou com um sensacionalismo barato, que transparecia o único propósito de vender.
Voltando à abordagem inicial, o fato dos dois entes inicialmente citados terem ganhado o prêmio Nobel da Paz, não traz importância prática nenhuma, mas talvez ganhe ainda mais holofotes e com certeza serão tratados como verdades únicas e absolutas dentro da questão ambiental, o que representa uma verdadeira amputação em uma dos pilares básicos da ciência: a constante e necessária contestação de fatos tidos como absolutos.
É isso!